terça-feira, 18 de agosto de 2009

Nasci à luz da decepção

Me chamo Ignaro Honero. Nasci em 1984, ano em que, apesar da eleição de Tancredo e do lançamento do Mac, os grandes acontecimentos foram, sem dúvida, o nascimento de Scarlett Johansson e a exibição de Chaves pela primeira vez no Brasil. Portanto sou, como a maioria dos brsileiros de 25 anos do sexo masculino, um apaixonado pela atriz americana e um bobo-alegre fã incondicional de Chaves.
Me lembro da primeira luz ao sair do útero de mamãe. Era forte e bem direcionada, nasci pensando que chegava diretamente em um palco, e que aquela era a luz de centro do meu espetáculo. Imagine qual foi minha decepção quando percebi que a luz vinha de uma lanterna na testa de meu pai, presa ao seu capacete de pedreiro. E que estava, na verdade, embaixo de uma laje que viria a ser minha área de lazer. Que desilusão... Cheguei soberbo com vontade de vida artística e nos primeiros segundos de vida percebi minha condenação às eternas refeições de feijão com farinha.
Mamãe se chamava Edevina e papai Genivaldo. De onde tiraram meu belo nome não faço ideia. Mas quando perguntado, meu pai disse que tinha tido um sonho em que cagava um homenzinho verde que só repetia essa duas palavras. Até hoje o carrego com orgulho sem saber muito bem se veio de uma visão divina ou uma invasão alienígena. Mas definitivamente não tenho dúvidas de que tenha sido um aviso prévio do meu futuro de merda.
Lamentavelmente, nesse minuto, ao reler meus primeiros parágrafos de nascimento entrei em depressão e, como qualquer depressivo que se preze, preciso de algumas pílulas e de um quarto escuro. Até breve.

Um comentário:

  1. Independente de ter saído de uma visão divina ou de uma invasão alienígena seu nome é uma dádiva sua!
    E olha só, você tem nome de artista!
    Então viva seu palco da vida com alegria e desenvoltura. Os quartos escuros atrapalham a visão do público e assim você não ganhará nenhum prêmio de fotografia!

    Boa semana!

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